Gostei de vêr a estação do Cubal,do CFB,e tambem o clube Ferrovia.Passei umas tardes de domingo no Clube.Muito pacatas mas direrentes do quotidiano.Quw era trabalhar com um Caterpiller D6 na Fazenda Agricola do Jamba,do Matos no Mambassôco,Marco de Canavezes.De vez enquando lá ía ao Hotel Abreu tomar um cafezinho.Mas o domingo á tarde,era no Clube Ferrovia .Muito discretamente.Ainda tenho uma foto titada á mesa na esplanada.Uma abraço.Manuel Amaral
Um dia perguntei-lhe Sabes onde é? Sabes como é o Cubal? Não me respondeu, mas Pegou numa folha de papel E desenhou. A verde, uns rabiscos de sisal Com um lápis preto traçou o rio Juro que vi os jacarés ao sol E meninos tremendo de frio Com o mesmo lápis traçou ao lado Uma enorme serpente de ferro Perdendo-se lá longe na mata Dissolvida num cacimbo nublado. Com todas as cores que arranjou Desenhou o casario E as acácias em flor. A castanho fez uma estrada para norte E um pouco à frente, a azul Desenhou um pontinho A medo, perguntei um pouco à sorte Isso parece-me a lagoa. Claro que é, não há lagoas a sul. Voltou atrás e desenhou outra estrada E, um pouco à frente Numa curva desenhou umas “alminhas” E logo depois Fez uma casa que parecia abandonada Nas árvores em redor, pôs levemente Muitos bicos de lacre e zonguinhas A toda a volta do desenho continuou A rabiscar verde de vários tons Disse-me São as matas da tua infância Onde tantas vezes te perdeste e Encontraste. Não me ia esquecer, sabes como sou. Não vês os catuites e as rolas? E aquela cabra de leque pastando? Espera, ainda falta qualquer coisa E desenhou a azul muito escuro Nuvens densas e uma chuva bravia Desculpa, mas não consigo desenhar O cheiro doce que a terra trazia. Esse, vais ter que ser tu a imaginar. Como é possível, ver esse Cubal Sem nunca lá teres estado? Enganas-te Toda a vida vivi rodeada de sisal Conheci cada palmo nas tuas histórias Sei de todos, todos os teus amigos E todos eles vivem como tu Enredados nas mesmas memórias.
Henrique Faria
O MEU PAÍS
Dentro da minha cabeça Tenho uma caixa de lápis de cor Com que pinto os sonhos. Neste Pego no lápis castanho escuro E pinto duas muanhas altivas Que passavam perto de mim. Dou-lhes mais um pequeno toque Para que se veja o andar Que só as gentes do sul têm E que nós tão bem conhecemos E para podermos ouvir Os chocalhos amarrados na canela. Peguei nos verdes, ah os verdes E tive que usar todos os tons Para pintar as matas densas Passei levemente por cima O lápis cinzento Como esquecer-me dos cacimbos Que tantas vezes me arrepiaram a pele? Lá ao longe dois morros de basalto Cortam o horizonte da savana Pinto-os com o lápis preto. Com o lápis amarelo dourado Pinto a imensa anhara Onde tantas vezes me perdi E me encontrei. No meu sonho tinha chovido Uma chuva bravia, poderosa Desenhando alinhavos no pano da tarde E cheirava intensamente Aquele cheiro da terra depois da chuva Não o pintei, não consegui Afinal De que cor se pinta o cio da terra? Com o lápis vermelho Pintei o sol enorme de fim de tarde E vi no mar Aquele imenso rasto de sangue Por fim, com o lápis azul Sempre o lápis azul Coloquei no canto direito A minha assinatura Esperando, ansiando Que gostem deste sonho. Não o vendo, apenas o ofereço Afinal, Que preço pode ter um país?
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Gostei de vêr a estação do Cubal,do CFB,e tambem o clube Ferrovia.Passei umas tardes de domingo no Clube.Muito pacatas mas direrentes do quotidiano.Quw era trabalhar com um Caterpiller D6 na Fazenda Agricola do Jamba,do Matos no Mambassôco,Marco de Canavezes.De vez enquando lá ía ao Hotel Abreu tomar um cafezinho.Mas o domingo á tarde,era no Clube Ferrovia .Muito discretamente.Ainda tenho uma foto titada á mesa na esplanada.Uma abraço.Manuel Amaral
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